A implantação procura tirar o maior partido da exposição solar e da paisagem, orientando as zonas sociais a Sul/Nascente e com vista para a serra. A proposta prevê uma transformação do terreno de modo a inserir a edificação, de um único piso, sem grande impacto visual na paisagem. Propõe-se um distanciamento da habitação em relação à rua de modo a que as questões relacionadas com privacidade e segurança sejam respondidas.
O projecto proposto advém do jogo inicial de dois volumes principais longitudinais, rasgados por um corpo mais baixo, resultando numa subdivisão de quatro volumes com alturas distintas. A criação de vários pátios, provocado pela torção dos volumes, sucede da vontade de criar espaços e enfiamentos visuais mais protegidos. Esta intenção também reflecte-se no prolongamentO de algumas paredes para o exterior, tornando os espaços sociais, tal como a zona da piscina e o espaço de refeição exterior, mais intimistas.
Apesar da aparente singularidade dos vários corpos, estes encontram-se ligados através de uma passagem que, apesar de permitir um fluxo continuado dos espaços interiores, acentua, uma vez mais, a individualidade de cada unidade. Deste modo, os volumes diferenciados traduzem-se, não só na sua forma mas também a níveis programáticos; a organização do edifício permite que dois dos volumes concentrem as áreas sociais da habitação (sala comum, cozinha, instalação sanitária de serviço), enquanto que os restantes dois corpos dão lugar às áreas mais privadas, nomeadamente os quartos.